
Por Diego Luis
É impressionante a repercussão das campanhas eleitorais dos Estados Unidos em todo o mundo. Na agência de notícias em que trabalho, faço ronda em cerca de 70 sites diariamente em busca de matérias segmentadas para o setor de energia elétrica, público-alvo da empresa. No entanto, em todos os principais sites de notícias da web as notícias referentes à disputa pela Casa Branca ocupam o ponto mais destacado da página.
O Jornal da Globo de ontem, 29 de outubro, exibiu tantas reportagens de cobertura dessas campanhas, que foram ocupados dois blocos com o assunto. Eu entendo que o tema realmente tenha uma relevância mundial pela obviedade do destaque dos Estados Unidos em relação a outros países. Só não poderia afirmar que a sua importância seja suficiente para "sufocar" o conteúdo nacional. Será que não havia nada mais para ser noticiado? Certamente, sim.
Os espectadores da Globo News, canal do Grupo Globo de Comunicação voltado exclusivamente para conteúdo jornalístico, podem comprovar que conteúdos não faltam. É fato também que o público do Jornal da Globo não é o mesmo dos jornais da manhã. Será que eleições presidenciais dos Estados Unidos era tudo que o espectador precisava saber ontem através do Jornal da Globo? A série especial de reportagens Americanos seria mais importante do que uma série chamada Brasileiros, especialmente na atual situação crítica que a nossa nação tem passado?
Não quero aqui questionar levianamente a qualidade do jornalismo da Rede Globo. Isto é inquestionável. Mas o episódio de ontem à noite realmente me levou a refletir no porquê da escolha de um conteúdo distante em detrimento dos nacionais. As influências diretas ou indiretas da eleição do novo presidente estadunidense são tão vitais que justifiquem a importância de ocupar dois blocos de um telejornal com este assunto?
De qualquer forma, a espetacularização dos acontecimentos também têm tomado papel paralelo na mídia mundial. Tal espetacularização já se tornou notícia representada por bonecos dos candidatos, discussões religiosas, e alguns outros assuntos secundários.
Temo que os meios de comunicação estejam direcionando a visão da nação para o lado de fora. Talvez olhar para lá nos impeça de olhar para as imundícies de cá. Ou mitiguem as dores de assistir aos sangrentos acontecimentos, especialmente na região Sudeste (Casos Eloá, Isabela, etc..). A esperança do Tio Sam estaria atravessando as trasmissões mundiais e chegando ao desestímulo tupiniquim?
Não sei bem. Mas espero que o povo não comece a fantasiar o externo como utopia alcançável a curto prazo a ponto de esquecerem dos pequenos pontos internos do país que precisam ainda ser consertados antes das preocupações com assuntos conseqüentes.
2 comentários:
Diego, post repetido só conta uma vez na nossa avaliação, tá? Larissa
Tudo bem, Larissa! =)
Só aproveitei porque também achei que seria interessante no meu blog, rs.
Beijo!
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